Trecho do Livro "O Cirurgião Verde"

Dr. Alberto Peribanez Gonzalez é médico cirurgião formado pela Universidade de Brasília, com mestrado e doutorado pelo Instituto de Pesquisa Cirúrgica da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha.

Autor dos livros “Lugar de Médico é na Cozinha” e “O Cirurgião Verde” (fase final). Coordenador dos cursos de extensão Bases Fisiológicas e Bases Conscientes da Terapêutica Natural e do programa de saúde “Modelo Biogênico” em Ribeirão Grande - SP.

Abaixo, um trecho do livro "O Cirurgião Verde" publicado na página do facebook Dr. Alberto:

https://pt-br.facebook.com/alberto.p.gonzalez.31/posts/10202962300517288

O Cirurgião Verde



Escrevendo "O CIRURGIÃO VERDE". Aqui uma palhinha do capítulo "VIDA" um dos sete níveis que este livro aborda...

Na agricultura, a maior parte das substâncias químicas utilizadas visa o extermínio da microbiota do solo. O glifosato, por exemplo, chamado pela nossa desavisada população rural de “mata-mato”, usado no lugar de enxadas no campo, ou na limpeza de calçadas nas cidades e até na frente de escolas municipais, é um antibiótico agressivo e genérico, que elimina toda a microbiota onde é aplicado. Sem qualquer forma de vida no solo, a planta seca e morre. Imaginemos isto também em larga escala no modelo de agronegócio. São milhões de hectares de nosso país aspergidos com estes venenos em doses inaceitáveis e crescentes. Cada agrônomo recém-formado é treinado em suas cadeiras acadêmicas a usar estas drogas biocidas. Não recebem, em contrapartida, as informações dos efeitos teratogênicos, de má-formação fetal, disruptores endócrinos ou cancerígenos desta e outras muitas substâncias usadas como agrotóxicos, fertilizantes ou venenos agrícolas.

Cada nutricionista é informado de que os alimentos devem ser esterilizados, pasteurizados, irradiados, calculados relativo a suas embalagens e tempo de prateleira. Não há dúvida que devem aprender microbiologia e higiene de alimentos. Mas falta incluir no currículo a matéria de probiótica, para lembrar cada aluno de graduação, que cada ser humano detém quase um quilo e meio de bactérias ativas dentro de seus intestinos. E que uma suposta esterilização do alimento antes de ser consumido não impede que o mesmo seja transformado em alimento de bactérias altamente patogênicas e desfavoráveis à saúde humana, quando o mesmo esteja dentro dos intestinos. A nutrição deve sair de sua tradicional postura passiva em relação à medicina e meditar uma nova alimentação probiótica (que contenha bactérias vivas), prebiótica (que alimente as bactérias) e simbiótica que trabalhe em conjunto com as bactérias na construção da fisiologia e da saúde. Por sorte já existem várias iniciativas em andamento, com o nome de nutrição funcional. Os novos nutricionistas encaminham-se para a liberdade de ação na intervenção nas doenças através dos alimentos, algo que não é muito simpático aos médicos.

Mas os maiores desatinos mesmo restam para nós médicos e para a medicina. Recebemos em nossos plantões mães carregando crianças alimentadas a leite em pó e açúcar, bolachas e chips e toda sorte de porcarias industrializadas. Receberam toda a vida alimentação pasteurizada, irradiada e esterilizada, de grãos que receberam quantidades indecentes de agrotóxicos. Estão doentes, muito doentes. Estas crianças e grande parte dos adultos, que fazem filas para serem atendidos, estão com sua microbiota intestinal totalmente alterada, por alimentos que desde sua origem trazem os traços da química agrícola e depois são processados pela indústria alimentícia, para que cheguem com “preço acessível” à classe média e aos setores menos favorecidos. As alterações induzidas por esta pobre dieta já fazem parte do DNA destas pessoas. É a base de todas as queixas, sintomas e sinais detectados ao examinar ou indagar os pacientes. Mas a maioria dos médicos desconhece estes fatos. Educados pela “teoria do germe” e servindo a um sistema de saúde que é mantido pela indústria de medicamentos, olham para a criança e prescrevem a quarta ou quinta dose de antibiótico, em apenas dois anos de vida. Deveriam saber que antibióticos nesta faixa etária alteram a epigenética, o metagenoma e portanto, o DNA destas crianças. Na cadeia da doença, que começa no campo, é para nós que resta o “tiro de misericórdia”.

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