Sinais de Tortura no Meu Corpo
Percebo que, aos 34 anos, a idade realmente "bateu".
Embora eu tenha sentido uma maior disposição e ter restabelecido vários
aspectos de minha saúde - perda do excesso de peso, regularização do
ciclo menstrual, melhora da condição da pele, recuperação da infecção do
ouvido (não melhorou com nenhum dos 4 antibióticos tomados ano
passado), sequer tive uma gripezinha nesses 7 meses de prática do jejum
higienista e da adoção do crudivorismo.
Da linha vegetariana crudívora, estou adotando a Alimentação Viva -
considero bem completa, comemos o ciclo todo do vegetal e muito mais -
germinado, broto, folhas, frutos (incluindo as castanhas), fermentados
(alimentação probiótica), cogumelos como shitake, shimeji (não são
vegetais, são fungos comestíveis).
Agora em abril, farei exames de sangue diversos para analisar como estão as minhas taxas.
Mas, enfim, embora tenha sentido um grande ganho, adotando o
crudivorismo e o jejum a base de água, mas sinto que aos 34 anos a idade
está "pesando".
Em termos teóricos, fisiologicamente, não é esperado que um ser humano esteja velho aos 34 anos.
A nossa fisiologia, longe da alimentação industrial (com muita carne,
laticínios, refinados e agrotóxicos), longe dos farmárcos (que apenas
amenizam sintomas, mas não atingem a causa do problema), longe da vida
sedentária (que faz parte da nossa cultura urbana atual, onde pouco se
anda a pé), o ser humano poderia atingir um estado de velhice real
beirando aos 90 anos e com boa expectativa de viver mais. Há muitos
animais grandes como nós que são assim, como o jabuti e a baleia azul.
Infelizmente, para esses animais também vale o impacto industrial que contamina com toxinas o ambiente: a água, a terra e o ar.
Um grande dano que recebi, antes de me tornar vegana, foi a doença
autoimune, miastenia gravis - o sistema imunológico ataca células do
próprio corpo que, neste caso, atrapalha os movimentos físicos
voluntários como andar e falar, entre outros.
Eu adquiri esse problema aos 16 anos. Aos 28 anos, aderi ao Veganismo e
minha alimentação se tornou 100% vegetariana (sem nenhum derivado
animal).
Aquilo que a miastenia gravis tinha atingido até os meus 27 anos, percebo que não será recuperado.
É como se, por exemplo no trânsito brasileiro, antes "usasse moto,
caindo com frequência", depois de anos eu mudasse, adotando um
transporte muito mais seguro como o metrô. Aquilo que teria perdido nos
acidentes de moto, bem pouco retomaria. Porém, novos danos do tipo
seriam evitados, adotando o metrô para me deslocar na cidade.
Então, aquilo que a miastenia tomou até os meus 27 anos - até onde
atingiu no meu corpo - bem pouco poderei recuperar. Desde, então, a
miastenia parou de evoluir, mas tenho que lidar com os danos.
Penso que não sentiria a idade pesar aos 34 anos, se não tivesse a miastenia.
Esse problema me limita bastante. Tenho dificuldades para sair de casa
(dificuldades para andar), dificuldades de comunicar verbalmente (atinge
a fala), dificuldade de realizar atividade física - a miastenia se
ativa ao exercitar e melhora com o repouso. Realizar atividade física,
atualmente, limita-se há algumas vezes ao mês.
A comida industrial trouxe um outro problema. Devido ao efeito
"sanfona" do consumo de alimentos hipercalóricos, parte da pele das
coxas ficou flácida e com estrias.
Então, trago alguns sinais da tortura no corpo por ser submetida, desde
a infância, há uma cultura sedentária, exposta a agrotóxicos e outros
inumeráveis tóxicos como os plásticos - existe um componente dos
plásticos, desses domésticos, que causa ovários policísticos.
Até adotar o crudivorismo e o jejum a base de água, sofri com os
sintomas dos ovários policísticos, ciclo menstrual extremamente
irregular, oleosidade na pele, etc e. agora, estou mudando os meus
recipientes de casa para os de vidro - é reciclável e não é tóxico como o
plástico.
Ainda não consigo ter acesso a uma alimentação 100% orgânica, porque o
Brasil, hoje, é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Essa é uma
luta que, nós como cidadãos, teremos que enfrentar com insistência.
Sobre esse assunto, recomendo o documentário "O Veneno está na Mesa" - é
um panorama assustador que causa doenças autoimune (como a esclerose
múltipla), câncer e outras desordens como a má formação fetal.
Como é a minha velhice?
Uso bengala. A minha movimentação é
notavelmente reduzida. Tenho uma fala com pouca energia e limitada, por
isso, não consigo realizar uma conversa mais completa com as pessoas.
Sinto impotência para lidar com tanta ignorância que, hoje, é a base da
nossa cultura como é a exploração animal massiva - sei que traz muitos
prejuízos, tantos aos animais abatidos, quanto a nós mesmos.
A própria doença autoimune seja qual for, como a diabetes tipo 1, é uma
demonstração de envelhecimento no nível celular. Há erros sendo
cometidos no nível do DNA, porque a célula recebeu muitas toxinas e não
foi nutrida por longos períodos.
Felizmente, não estou com rugas ![](http://www.brasilgeek.com/forum/uploads/emoticons/default_smiley.png)
Mas há pessoas de minha geração com rugas.
Muitos da minha geração estão com diabetes, câncer, hipertensão, obesidade e uma parcela considerável já morreu por complicações dessas doenças crônicas - doenças consideradas, alguns anos antes, pertencentes a terceira idade.
Crescemos com a comida industrializada na mesa, muitos de nós sofrem com os efeitos do envelhecimento precoce (que não se restringe a uma mera aparência).
![](http://www.brasilgeek.com/forum/uploads/emoticons/default_smiley.png)
Mas há pessoas de minha geração com rugas.
Muitos da minha geração estão com diabetes, câncer, hipertensão, obesidade e uma parcela considerável já morreu por complicações dessas doenças crônicas - doenças consideradas, alguns anos antes, pertencentes a terceira idade.
Crescemos com a comida industrializada na mesa, muitos de nós sofrem com os efeitos do envelhecimento precoce (que não se restringe a uma mera aparência).
Bom, era isso que gostaria de comentar. Foi um pequeno desabafo também.
Oieee, passando para deixar um grande beijo.
ResponderExcluirhttp://as-coisas-mais-doces.blogspot.com/
Beijo, Aline!
ExcluirObrigada!