Precisamos Falar sobre a Causa Animal

Precisamos Falar sobre a Causa Animal

E a Autorização do STF para Sacrifício de Animais em Práticas Religiosas

Segue abaixo uma opinião Vegana.

Veddas ONG Causa Animal
Imagem: Ativistas Veddas da Causa Animal, na cidade de São Paulo, com corpos de animais 
criados em cativeiro na indústria de carnes.

É necessário falar de um assunto polêmico, difícil e que, hoje em dia, é inevitável: os direitos 
animais - especismo e Veganismo. Quero contribuir para a polêmica discussão do sacrifício animal
 em práticas religiosas.

A causa animal é considerada “menor”, quando se compara ao Feminismo, aos Movimentos 
Negro, LGBT, de Inclusão. Considerada até “opcional”. Sem importância. Essa falta de sensibilidade
 aos animais torna o ser humano violento também contra pessoas de sua própria espécie - uma 
violência naturalizada.

Primeiro foram e são inferiorizados, escravizados os animais - especismo1. Depois, isso passa a 
ser praticado contra indivíduos humanos, sendo "animalizados", taxados de "macacos", "porcos", 
"burros", “cavalos”, “cachorros”, “cadelas”, "galinhas", “vacas”. Primeiro, desrespeita-se os animais,
 depois isso é feito contra pessoas humanas. Assim, atuam os psicopatas matadores em série: 
primeiro tortura e mata animais, e depois... Enfim, a causa animal é uma causa humana essencial.




É inegável a perseguição às religiões de matriz africana no Brasil. Tanto é que há sacrifícios de 
animais no Judaísmo e no Islã, tradicionalmente, mas essas religiões não sofrem vandalismo e 
outras agressões como ocorrem com as religiões de matriz africana - Candomblé, Umbanda. 
Essa perseguição deve ser combatida. Isso tem que parar. É racismo / discriminação.

Porém, o STF autorizar o sacrifício animal, ignorando os direitos animais, é problemático. 
Não vai sanar por si a questão da perseguição e do racismo. Não contribui para uma cultura livre 
da violência, pois ignora os animais como seres sencientes e semelhantes ao ser humano.

Algumas pessoas irão afirmar que torcer ou cortar o pescoço de umagalinha "não é cruel", 
por exemplo. Sendo assim, então, podemos ressuscitar aprática do sacrifício humano, que no 
passado, foi tão legal quanto a própriaescravidão humana, pois torcer o pescoço de uma pessoa 
humana "não é cruel".

A verdade é que o ser humano não é pior nem melhor que uma galinha ou outra espécie animal 
e vice-versa.

Torcer o pescoço da galinha é cruel para ela. Por que ignorar o sofrimento animal? Diferente dos
 vegetais, os animais, como é também o ser humano, possui um sistema nervoso, uma vantagem
 biológica, evolutiva, refinada de autopreservação, constituída da capacidade de sentir dor, de ter 
emoções como alegria, tristeza e raiva; memória e inteligência. O que define um animal é ser 
portador de um sistema nervoso: desde insetos a mamíferos, de abelhas até vacas.

A autorização para o sacrifício de animais em práticas religiosas é uma grande falta de sensibilidade. 
Além de ser falha com os direitos animais.

Os animais são tratados como mercadoria, bens materiais, escravizados, todos: desde os animais
 domesticados aprisionados ou abandonados na doença e na velhice, os da indústria de carnes 
(vacas, galinhas, porcas, etc) até aos animais marinhos. Agora vem mais essa, a legalização do 
sacrifício. O justo era não mais permitir que os animais fossem tratados como objetos a serviço do
 ser humano.

Holocausto Animal

Os direitos animais fazem parte da Constituição Federal, no artigo 2252. Também há a Declaração 
Universal dos Direitos Animais da ONU.

É também relevante apontar que não é fundamento da Umbanda o sacrifício animal. Porém, há alguns
 centros que realizam. Os dois princípios fundamentais da Umbanda são: o serviço social e o respeito
 aos animais. Muitos praticantes são vegetarianos e, hoje, veganos também.

No Candomblé, a prática do sacrifício é tradicional. Embora, nem todos os centros são adeptos 
dessa prática.

Dexter King vegan
Imagem: Filho de Luther King, Dexter Scott King é vegano

O Veganismo ė pelo fim da escravidão dos animais sem exceção. É um movimento político, 
econômico, social e internacional para os direitos animais, sejam animais humanos ou não humanos,
pela ética, pela sustentabilidade e pela construção de uma cultura de paz.
As forças do Veganismo são concentradas em peso sobre a indústria de carnes e laboratórios que 
realizam testes em animais, pois a dimensão desse problema é enorme, não apenas com danos 
aos animais, mas ao meio ambiente e a saúde humana. Entretanto, não quer dizer, que não há 
boicotes ou ações legalistas contra o uso de animais em entretenimentos (circos) ou em práticas 
religiosas, por exemplo. A causa animal é ampla e possui representantes em todas as classes, 
idades, movimentos sociais e setores públicos e privados da sociedade.
A minha visão como vegana, para que os animais deixem de ser tratados como mercadoria ou 
bem material, é: ser contra a exploração de animais na indústria de alimentos, de vestimenta, de 
entretenimento, em transporte. Sou contra o uso de animais em testes de pesquisa científica e em 
práticas religiosas.

O ser humano é capaz de resolver os seus dilemas / problemas sem usar os animais. O uso de 
animais é um abuso, desnecessário, não é bom para o animal de modo algum, é antiético e violento.

Portanto, independente de se tratar de pesquisa científica ou até de prática religiosa, a exploração 
animal é inaceitável e merece perecer. Isso já está acontecendo: muitas pesquisas recentes não 
usam mais animais e, assim como já citado, há centros de Candomblé que se abstém de realizar o 
sacrifício por compaixão e respeito aos animais.

Não apenas a ciência evolui, mas as religiões também o fazem, como não mais permitir a mutilação 
da genitália feminina em suas práticas atuais.


Finalizando, quero sugerir:

“Comam mais vegetais e diminuam o resto: é econômico, sustentável, ético e saudável. Benéfico 
globalmente”.

Isso é só para começar.

Especismo1 é uma discriminação, onde o ser humano se considera “superior” e no direito de explorar os animais para benefício próprio. Tem a mesma natureza do machismo, racismo e homofobia: um grupo se considera “superior” e se autoriza a explorar da maneira violenta os que não pertencem ao grupo. Os animais foram os primeiros escravos e são até hoje.

Artigo 225,§1º, VIII2 reconhece que os animais são dotados de sensibilidade, impondo a sociedade e ao Estado o dever de respeitar a vida, a liberdade corporal e a integridade física desses seres, além de proibir expressamente as práticas que coloquem em risco a função ecológica, provoque a extinção ou submetam à crueldade qualquer animal - (http://www.portalnossomundo.com/site/direito/a-legislacao-brasileira-em-relacao-aos-direitos-dos-animais.html)

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